Em 2010, voltou a brilhar. Com Nunes, Bruno César e Cicinho, foi vice-campeão paulista. Porém, ao final da competição, o Santo André sofreu um desmanche. Que foi muito além do elenco. Um desmanche estrutural. A equipe foi rebaixada na Série B do mesmo ano, com uma fraca campanha. Em 2011, novamente não montou um elenco competitivo , e sofreu mais um descenso, tendo de amargar a Série A2 do Paulistão em 2012.
Hoje, o irreconhecível Ramalhão estreiou na Série C do Brasileirão, em busca de dias melhores e menos conturbados. A equipe recebeu o Brasil de Pelotas no Bruno José Daniel. Porém, logo nos primeiros movimentos de partida, a nação andreense já podia prever o pior. Aos minutos, Jackson avançou pela ponta direita e alçou um cruzamento na área, em direção ao centro-avante Marcos Denner. Na tentativa de afastar o perigo, o zagueiro Sandoval acabou jogando contra o próprio patrimônio, e abrindo o placar para o Xavante.
O gol abalou o Ramalhão, que tinha dificuldade em se impor frente a equipe pelotense. Mas aos poucos, o técnico Sandro Gaúcho (atacante presente no épico título da Copa do Brasil em 2004) implementou um bom ritmo de jogo, e fez o Santo André criar boas oportunidades. Primeiro com o atacante Cristiano Brasília, que finalizou forte e obrigou o goleiro Vanderlei a fazer uma boa defesa. Depois, num petardo de Jéfferson, que assustou a meta pelotense.
A pressão foi tanta que o Ramalhão conseguiu furar o bloqueio xavante e empatar a partida. O atacante Vanderlei recebeu um lindo passe na área, e teve a calma de dominar, se equilibrar e finalizar forte, sem chances para o seu homônimo, o goleiro Vanderlei.
Sandro Gaúcho foi obrigado a fazer uma substituição forçada, na metade da primeira etapa. Chiquinho contundido deu lugar a Djalma, que em seu primeiro lance, carimbou o travessão de Vanderlei. O Ramalhão sentiu o bom momento, e passou a pressionar o Brasil, que se usava dos contra-ataques para levar perigo a meta andreense. Porém, o primeiro tempo terminou na igualdade.
No segundo tempo, os torcedores presentes viram um Santo André mais determinado e com sede de gol. Pressionando incessantemente o Brasil, que possuía uma defesa bem postada. Porém, a estratégia do técnico Beto Almeida deu certo, e o Brasil fez o segundo na base do contra-ataque. Após ser lançado, Marcos Denner, num toque bonito de cabeça, deixou Juninho na boa para finalizar forte e vencer o goleiro André Luiz. Juninho foi o destaque do Farroupilha na Segundona Gaúcha de 2011, e foi imediatamente contratado pelo Xavante para a Série C.
O jogo passou a ficar nervoso, e o Brasil perdeu um importante jogador. O experiente e rodado volante Léo Medeiros acabou sendo expulso por reclamação, uma vez que já havia levado a tarjeta amarela. Para recompor a equipe, o técnico Beto Almeida sacou Juninho, autor do gol, e colocou Neto.
O Santo André não soube aproveitar a vantagem numérica. Uma vez que o volante Juninho também foi expulso. Na igualdade de jogadores, o jogo ficou mais aberto e movimentado. O Ramalhão não se rendeu, foi para o ataque e conseguiu empatar. Mesmo marcado, Vanderlei se esticou e escorou um cruzamento para o gol, sem chances para o goleiro. Era o segundo do Ramalhão, o segundo de Vanderlei.
O empate era o placar mais justo pelo andamento do jogo, mas o Brasil tratou de levar os três pontos para Pelotas, através do oportunista Marcos Denner. Nos acréscimos, o centro-avante escorou com primor um cruzamento na área feito por Nill, e deu números finais a partida, calando o Bruno José Daniel.
Na próxima rodada, o Ramalhão viaja para Santa Catarina onde mede forças contra a Chapecoense, no estádio Índio Condá. Enquanto o Xavante recebe o Joinville, em Pelotas.
FICHA TÉCNICA
Santo André 2x3 Brasil de Pelotas
1ª Rodada do Brasileirão Série C, Estádio Bruno José Daniel em Santo André-SP
Árbitro: André Luiz Paes Ramos (RJ) auxiliado por Luiz Scofield Guerra Costa (RJ) e Alberto Poletto Masseira (SP).
Santo André: André Luiz, Alemão, Daniel "Gigante", Sandoval e Andrezinho. Júnior Cappa, Mika (depois Ramazotti), Chiquinho (depois Djalma) e Jéfferson. Vanderlei e Cristiano Brasília. Técnico: Sandro Gaúcho.
Brasil de Pelotas: Vanderlei, Cláudio (depois Nill), Jonas, Asprilla e Jáckson. Carlos Alberto, Léo Medeiros e Athos. Juba, Juninho (depois Neto) e Marcos Denner. Técnico: Beto Almeida.
Por: Marcos Vieira Ribeiro (@Vierimark)
muito bom este texto, @vierimark sou seu fã. continue escrevendo assim. abrass
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