Muitos acham que as eleições no Flamengo são decididas pelos resultados do time de futebol. O torcedor comum acha. Isso não é verdade. As eleições são decididas pelos sócios; assim o candidato que atender aos interesses dos sócios ganha. Simples.
Nós temos milhões e milhões de torcedores, mas somente 2500 deles se interessam o suficiente para votar em nossas eleições. Patricia Amorim, por exemplo, teve apenas 800 votos. Venceu o Delair, que teve 700 votos, um dia após o hexacampeonato.
Então você vê que o futebol é até meio irrelevante para as eleições. O presidente campeão brasileiro perdeu as eleições um dia após o título.
Quem são os eleitores da Patricia? Basicamente, aqueles interessados no clube social e nos esportes olímpicos. E o que acontece de 2010 para cá? Melhoras no clube social, visíveis. E dinheiro sendo despejado nos esportes olímpicos. Em 2011, por exemplo, quase 50 milhões foram gastos nos esportes olímpicos, que arrecadaram somente 18 milhões.
De onde vieram os 32 milhões para cobrir o déficit? Do futebol. Os contratos do futebol estão sustentando as reformas no clube e os gastos (a meu ver irresponsáveis) nos esportes olímpicos.
Você, torcedor, fica puto? Pode até ficar. Mas você não apita nada. Você não é sócio. Você não tem voz.
Todo torcedor do Flamengo tem 2000 desculpas para não ser sócio. Já ouvi todas. É caro, são bandidos, demora 3 anos para votar, bla bla bla. São todas verdadeiras, e todas elas também significam uma perfeita desculpa para quem, na prática, não quer fazer nada para mudar isso.
Torcidas muito menores que as nossas tem 50, 60, 70 mil sócios. Pagando muito mais que os 40 reais do off-rio. Pagando mais que os 75 reais do contribuinte. Muitas delas nem tem direito a voto em eleições diretas. Enfim, são coisas culturais. Clubes de uma cidade, como Avaí e Figueirense, tem 15 mil sócios cada um. E nós precisamos de uns mil rubronegros sócios para decidir uma eleição no Flamengo e não conseguimos.
Quem mais decide as eleições no Flamengo? Alguns grupos, que controlam 30 votos aqui, 70 acolá. Tem o grupo do Levy, que tem uma gestão financeira calamitosa. Tem o grupo do Velloso, que não faz nada diferente das tragédias que fez em 91/92. Tem o grupo das organizadas, que sequer pagam as cotas e já são sócios, alguns até conselheiros. Peruano que o diga. Tem o grupo das lojinhas de material esportivo no clube, que não deixa que a nossa parceiraça OLY faça aquelas 10 megastores previstas no contrato. E por aí vai.
Sabe por que esses caras estão lá? Porque cada um deles tem um pedacinho do clube. O Flamengo é uma estatal, que rende 200 milhões por ano. E esses grupinhos, com suas dezenas de votinhos, sugam aquilo lá. Montam sua chapa e pronto, ganham. 800 votos é pouco demais, fácil.
Pense comigo. Se tivéssemos 30 mil torcedores rubronegros associados, qual seria o peso eleitoral desses 800 parasitas? Você, torcedor de Brasília que se associa, acharia certo tirar 40 milhões de reais do futebol (quase Vagner Love + Thiago Neves, todos os anos) para custear setores deficitários do clube?
Você gastaria 1 milhão de reais por ano no Cesar Cielo (que sequer usa nossa marca nas competições que disputa) ou usaria esse dinheiro no CT?
Esse é o medo dos caras. Que o torcedor do Flamengo se associe. Que o torcedor do Flamengo siga o exemplo de outras torcidas e coloque ali 30, 40, 50 mil caras capazes de decidir os rumos do clube. Aí os 800 vendilhões perdem a sua boquinha.
Não há outro jeito, meus amigos. Seja sócio. Sim ou sim. Ou então estaremos aqui em 2015, reclamando dos mesmos problemas.
Torcedor: Rodrigo Viterbino Teixeira -
Por: KelvinClay
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