Chiquito gigante: Decisivo, Romero cala críticos e faz história na seleção

Romero Argentina e Irã (Foto: Agência Reuters)

O mais amado e o mais questionado. A classificação antecipada da Argentina para as oitavas de final da Copa do Mundo passa diretamente pelo sucesso de personagens que geram sentimentos bem contrastantes em seu país. Se Messi, com dois belos gols, foi o herói das vitórias sobre Bósnia e Irã, os seis pontos que deram a vaga para os hermanos passam muito pelas mãos de Sérgio Romero. Bancado por Sabella, Chiquito, como é chamado carinhosamente no elenco, tem correspondido em campo a confiança do treinador.
Era Romero o goleiro titular de Maradona na Copa de 2010, na África do Sul. Foi ele quem sofreu os quatro gols da Alemanha nas quartas de final e passou um ciclo inteiro ouvindo que não transmite confiança. A situação piorou depois da última temporada europeia: emprestado pelo Sampdoria, disputou apenas nove partidas pelo Mônaco. O resultado? Clamor pela presença de Willy Caballero. Se o goleiro do Málaga não está entre os convocados, há quem acredite que Orión, do Boca, seja a melhor opção para ser titular por ter maior sequência nos últimos tempos. Teorias completamente ignoradas por Alejandro Sabella e respondidas com belas defesas por Romero.
Se foi importante já contra a Bósnia, com boas defesas no primeiro tempo da estreia, diante do Irã Romero fez ao menos três intervenções determinantes para que uma zebra histórica não galopasse no Mineirão. E justamente na partida em que o arqueiro do Monaco alcançou uma marca que vale muito também para rebater as dúvidas quanto ao seu potencial: com 49 jogos, se tornou o segundo goleiro que mais vestiu a camisa da Argentina, ao lado de Pato Abbondanzieri. Apenas o lendário Fillol, com 58, está na sua frente. Ao 27 anos, no entanto, Chiquito tem grandes chances de bater a marca.
Os números comprovam também o bom aproveitamento do homem de confiança de Sabella. Com 37 gols sofridos, tem uma boa média de 0,67 por jogo. Em Copas do Mundo, a marca é de sete gols sofridos em sete exibições - levando em conta que quatro foram só no jogo com a Alemanha, na África do Sul. Já em 2014, são cinco partidas no total e somente um gol sofrido, de Ibisevic, da Bósnia.
Craque da companhia, Messi dividiu o protagonismo na tarde de sábado em Belo Horizonte e não poupou elogios ao goleiro. Mais do que isso, deixou claro que o sentimento em relação a Romero dentro do elenco é completamente diferente das opiniões que chegam de fora.
- Foi espetacular. É uma alegria para todos, por tudo que se falou sobre ele. As dúvidas sempre vieram de fora. Sem dúvidas foi uma partida para quem gosta dele.
Mesmo com as palavras do capitão, Romero evitou potencializar sua atuação. Ciente de que um goleiro está em evidência toda vez que entra em campo, compartilhou os méritos com os companheiros e falou da sensação de se sentir importante:
- O destaque foi o grupo, que trabalhou para vencer uma partida muito dura. Sabíamos que o Irã não ia dar espaço, e assim foi. Fizeram isso contra a Nigéria, fizeram isso conosco. Sabíamos que ia ser difícil, que o Irã joga bem postado e marca muito bem. Graças a Deus, no fim conseguimos o gol e a vitória. Estamos muito contentes. Faço o meu trabalho e graças a Deus pude dar uma mão para os meus companheiros. Celebro muito quando eles nos ajudam com os gols e agora pude ajudá-los também - disse Chiquito, que ganhou o apelido que significa pequenino em português por ser o menor de quatro irmãos. 
Romero, por outro lado, admitiu que a Argentina tem muito a evoluir para exibir o futebol que dela se espera nesta Copa do Mundo. Diante do Irã, o goleiro acredita que o forte calor jogou a favor do esquema defensivo do adversário e complicou as ações de sua equipe.
- Temos que trabalhar todos os dias para melhorarmos. O bom dessa seleção é que ninguém se acomoda. O grupo está forte, está unido, e esperamos seguir levando as coisas que Sabella pede para o campo de jogo. No outro jogo, era estreia, tinha o nervosismo, a apreensão. Agora, não. O calor interferiu muito. Se o jogo fosse às 19h, iam ver outra versão da Argentina. Quando chegamos e vimos a temperatura, sabíamos que teríamos um dia difícil.
Por fim, Chiquito retribuiu o carinho que recebeu de Messi ao falar do gol decisivo.
- Foi incrível. Estávamos havia muito tempo buscando, praticamente os 90 minutos, e chegou. Quando vi a bola abrindo, sabia que o goleiro não ia chegar.
Além de Romero, Mariano Andujar, do Catania, e Agustín Orión são os goleiros à disposição de Sabella para o Mundial no Brasil. Com seis pontos e líder do Grupo F, a Argentina encerra a primeira fase quarta-feira, diante da Nigéria, às 13h (de Brasília), no Beira-Rio, em Porto Alegre.

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