"Com Eto'o, poderíamos vencer o Brasil de 1994", diz ex-capitão

Maboang e Tataw Ex-Jogadores de Camarões (Foto: Bruno Marques)

A nostalgia em torno da geração camaronesa que chegou ao histórico sétimo lugar na Copa do Mundo de 1994 ainda é grande. Desde então, a seleção africana nunca mais conseguiu avançar de fase e já acumula seis derrotas seguidas em Copas, a começar pela terceira rodada de 2002 (2 a 0 para a Alemanha), passando pelas três da primeira fase de 2010 até chegar às duas já sofridas em 2014 - em 2006 o time sequer disputou a competição.

O contraste entre o passado considerado glorioso por eles e o presente de fracassos só faz aumentar a idolatria por Roger Milla e companhia, e alguns deles seguem muito próximos de sua seleção.


Três representantes da época dourada dos Leões Indomáveis, inclusive, acompanham o time de Camarões no Brasil. O capitão Tataw, o zagueiro Maboang e o atacante Omam-Biyik estiveram não apenas na Copa da Itália, em 1990, mas também na dos Estados Unidos, em 1994, quando enfrentaram o Brasil e perderam por 3 a 0, gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto.

Experiência para passar aos jogadores atuais eles têm de sobra, mas preferem não falar muito sobre o jogo desta segunda-feira, em Brasília. Assim como os fãs, preferem lembrar o passado.

Maboang se orgulha de ter marcado Romário - entrou no segundo tempo da partida em 1994 - e faz uma comparação entre a seleção comandada por Carlos Alberto Parreira na época e a de Luiz Felipe Scolari, sem ter dúvidas de qual é melhor.

- O Brasil de 1994 era um time muito forte, penso que era superior ao atual, indiscutivelmente. Tive a oportunidade de entrar no segundo tempo e marquei Romário. Ele era excepcional, um jogador raro. Tenho uma camisa que troquei com ele. Está na minha coleção, que tem uniformes de vários grandes jogadores, como Maradona e Brolin (sueco que também enfrentou Camarões na Copa de 1994) - conta Maboang, sem esconder a vaidade.


Samuel Eto'o treino Camarões (Foto: AFP)

Apesar dos elogios a jogadores como Dunga, Taffarel, Bebeto e Romário, o então capitão camaronês Tataw acredita que o jogo poderia ter sido bem diferente caso Camarões tivesse um atacante como Samuel Eto'o, que ainda tenta se recuperar de uma lesão no joelho e é dúvida para encarar o Brasil, às 17h (de Brasília) desta segunda-feira, em Brasília. 

romario 1994 (Foto: Cezar Loureiro/Globo)- Acho que se tivéssemos Eto'o no time de 1994 a história seria diferente. Seria outro jogo com Eto'o em campo. Com certeza, não seria 3 a 0 como foi. Acredito que poderíamos até ter vencido. Tínhamos bons jogadores, mas nem todo o time era do mesmo nível, de tão alto nível como é Eto'o - opina Tataw, que, no entanto, não quis comentar nada relacionado à possível participação do atual ídolo de Camarões no jogo desta segunda-feira.

O respeito pela qualidade técnica de Eto'o, porém, fica claro nas palavras tanto de Tataw, quanto de Maboang. Mesmo receosos em falar do presente, a dupla deixa transparecer que se Eto'o não puder entrar em campo, Camarões perderá muito de sua força. Maboang, por exemplo, não admite que Romário, o melhor jogador da Copa de 1994 e a quem ele próprio faz elogios rasgados, era melhor que Eto'o.

- Não há como comparar Romário com Eto'o, porque já passou bastante tempo. Não vou dizer que um era melhor que o outro. Acho que Eto'o pegou uma época diferente, de um nível até mais alto no futebol europeu, jogando Ligas dos Campeões que eu acho mais difíceis que as de antigamente - defende Maboang.

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