- Foi há cerca de duas, três semanas. Recebi essa intimação e minha esposa, que é ucraniana, ficou surpresa. No começo, meus companheiros de clube até brincaram comigo, achando que não era verdade, mas depois que apresentei o documento todos viram que era sério. Passei para a diretoria do time e tudo foi resolvido, aparentemente foi um equívoco do exército ucraniano - disse o jogador de 34 anos, em entrevista via Skype.
Edmar vive na Ucrânia há 11 anos e é cidadão ucraniano desde 2011. Ele afirmou que a situação atual do país é inédita desde que ele chegou. Apesar do clima de tensão no território ucraniano, o meia garantiu que a cidade de Kharkiv não foi atingida pelos conflitos e que nem pensa em servir o exército, caso as disputas fiquem mais intensas.
- Eu não quero nem pensar nessa possibilidade, acho que tudo já foi resolvido e só quero pensar em jogar futebol, que é o que sei fazer. Em 2004, houve uma revolução na Ucrânia, mas foi pacífica. Eu nunca tinha visto nada parecido, mas acompanhamos a maioria das notícias pela televisão ou internet, já que a Kharkiv não está diretamente envolvida nos confrontos.

- Eles acharam melhor morar aqui e vendemos a casa na Crimeia. No período em que joguei lá era tudo muito tranquilo, diferente da situação atual.

Perguntado sobre a situação dos jogadores brasileiros do Shakhtar Donetsk, Alex Teixeira, Fred, Dentinho, Douglas Costa, Ismaily além do argentino Facundo Ferreyra, que recentemente não retornaram à Ucrânia após um amistoso na França por não se sentirem seguros, Edmar considerou que a decisão de deixar o país é muito pessoal, mas que ele não pensa nessa possibilidade. Além dele, Cleiton Xavier, Márcio Azevedo, Diego Souza, Rodrigo Moledo e Jajá também estão no Metalist e seguem a rotina de treinos normalmente.
- Claro que sempre tem conversas sobre a situação que a Ucrânia vive, mas evitamos falar de política porque cada um tem uma opinião. Como na nossa cidade tudo está mais calmo, fica mais fácil.
Edmar fez questão de tranquilizar os familiares dele e dos demais companheiros que vivem no Brasil. Eles aguardam a definição sobre o que será feito no próximo Campeonato Ucraniano, previsto para começar nas próximas semanas.
De acordo com o jogador, algumas equipes são de cidades envolvidas nos conflitos, e o espaço aéreo de parte do país está fechado, o que dificulta o deslocamento dos times.
Fonte: Globo Esporte
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