A CBF anunciou nesta quinta-feira, 17, a contratação do ex-jogador Gilmar Rinaldi como novo coordenador de todas seleções brasileiras, incluindo a principal, feminina e as de base. Com isso, Rinaldi será o "segundo homem" na entidade, abaixo apenas do presidente.
"Ele é o elemento de ligação entre a presidência e os demais treinadores. Terá o comando de todas as seleções", explicou o atual gestor da CBF, José Maria Marin.
Pelo discurso de Marin, Rinaldi terá ingerência direta no trabalho do substituto de Luiz Felipe Scolari, que deve ter o nome revelado na próxima semana.
"O novo treinador jamais será absoluto. Ele será uma peça de muita importância, mas não será absoluto", disse ele, deixando claro que o novo técnico terá que acatar a nova metodologia de trabalho da confederação brasileira de futebol.
"Devemos anunciar no início da próxima semana, depende de algumas conversações. Vendo peculiaridades, mas principalmente que o treinador tenha além da capacidade técnica, mas que venha ao encontro do nosso projeto", disse Marin.
Rinaldi terá uma função diferente de Carlos Alberto Parreira, que era coordenador técnico do Brasil e auxiliava Felipão. Agora, o novo treinador vai responder a Rinaldi, que, inclusive, é um dos principais responsáveis por escolher o novo técnico do Brasil.
Perfil
"O novo treinador vai ter que seguir nossa filosofia. Tem que ser alguém que entenda e acredite em usar a base da seleção. É uma nova forma de ver as coisas, partindo das seleções de base, que é nossa prioridade. Claro que sempre vamos ter jogadores com um talento fora de série, mas temos que pensar no coletivo, o foco será o coletivo".
O discurso vem depois que a Seleção Brasileira enfrentou duas derrotas de forma vergonhosa na Copa do Mundo depois de perder seu principal jogador, Neymar, que fraturou a terceira vértebra. Felipão, que montou um esquema que facilitava o jogo do camisa 10, viu sua equipe não suportar a ausência do atleta.
Rinaldi, inclusive, criticou o uso dos bonés com a mensagem #Força, Neymar. "O que mais me incomodou no jogo com a Alemanha foi o boné. Não o boné, mas o que estava escrito ("Força, Neymar"). Ali deveria ser "Força, Bernard". No futebol é tudo muito rápido, dinâmico. Deveria ter "Força, Bernard" ou o nome do jogador que vai entrar. Me incomodou, comentei com meus filhos".
Estrangeiro
Sem revelar nomes, Rinaldi descartou a contratação de um técnico estrangeiro, como chegou a ser cogitado pela imprensa. "Temos no Brasil treinadores muito bons e capacitados. No momento, essa ideia de estrangeiro não se adapta ao que estamos vivendo. Precisamos olhar para casa, alguém que já tenha conhecimento muito grande da nossa base". explicou Rinaldi, que foi campeão brasileiro por Internacional, São Paulo e Flamengo como goleiro, além de campeão mundial como terceiro goleiro da seleção de 1994.
Gilmar Rinaldi também foi superintendente de futebol do Flamengo e empresários de jogadores. Deixou a função de agente de futebol nesta quarta para assumir o cargo na CBF.
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