Bonde (da ilusão?) sem freio

   Campeão carioca antecipado, invicto, com 27 jogos de invencibilidade desde dezembro do ano passado, e, obviamente, tudo isso sem nenhum freio! Esse é o resumo da temporada 2011 do Flamengo até o momento, mas será  que é mesmo a hora de comemorar? Há controvérsias.

    Há 27 jogos sem perder, o time rubro negro esconde atrás da boa temporada um alto número de empates: Já são 10, ao lado de 17 vitórias que o time acumulou no ano. E, pior, desde que venceu a Taça Guanabara, a equipe empatou 7 dos 13 jogos que disputou. Se a interpretação das estatísticas parasse por aí, o torcedor já teria motivos para ficar preocupado. Mas eu vou além.

    Nas quatro decisões enfrentadas até agora, o Flamengo empatou três delas, todas contra equipes grandes - vale lembrar também que na única decisão em que a equipe não empatou (Flamengo 1 x 0 Boa Vista), o gol só saiu em um lance de bola parada e depois dos 30 minutos do segundo tempo, quando muitos já acreditavam que uma disputa por pênaltis estava por vir.

Confira aqui a lista com os jogos que traduzem a invencibilidade do Flamengo.

     O Flamengo não vem jogando bem, isso é fato. A equipe ainda é muito dependente de boas atuações de Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho para que os resultados apareçam. Logo, quando estes não estão bem, o time não rende.

     Além do que, as estatísticas nos dizem que o Flamengo se tornou um time pragmático. Ou nem isso. Nas partidas mais importantes e contra adversários de maior peso, o Flamengo empata e leva as decisões para os pênaltis - onde é definitivamente superior às demais, até pelas excelentes atuações do goleiro Felipe, um dos principais destaques da equipe na temporada.

O pragmático Flamengo leva a Taça Rio, depois de
 mais uma partida decidida nos pênaltis.

     Concluíndo, o Flamengo joga, vence, mas não encanta. E, para os mais críticos, não convence também. O Campeonato Carioca, decidido em penalidades, não deixou a impressão de que o time está preparado para uma grande decisão, jogando fora de casa e sob pressão, como acontece na Copa do Brasil, por exemplo. No entanto, ainda assim os rubro negros poderiam tirar proveito do recurso "penalidades" nessa competição, algo que precisa ser re-considerado. Bater um adversário nos pênaltis não é vencer uma partida, é desempatá-la. De modo que, sem tirar os méritos do Flamengo pelo brilhante retrospecto em decisões desse tipo, a equipe precisa parar de levar os jogos para as penalidades máximas. Até porque, como diria um grande amigo meu, "no campeonato brasileiro não tem disputa por pênaltis".