
A FIFA, ao longo de toda história das Copas, sempre foi alvo de críticas pela as escolhas de muitos países Sedes do torneio. A instituição é acusada de apoiar ditaduras e regimes opressivos e sempre levar em consideração o lado financeiro. Tais críticas tem certos fundamentos, uma vez que a Itália fascista foi sede em 1934 e a Argentina sob ditadura em 1978, além de citar certos interesses na Suíça em 1954, o México em 1986 e os EUA em 1994.
O motivo de algumas dessas escolhas é que seria mais “fácil organizar o Mundial em um país com uma política mais “flexível, onde a palavra de um chefe de Estado teria mais força, fazendo que a Instituição evite passar por uma burocracia maior, como em países como a Alemanha e o Brasil, que possuindo uma esfera política mais abrangente (Federal, Estadual e Municipal), torna mais lento o caminhar de vários assuntos relacionados a organização do evento.
O problema é que, fatores extracampo já pesaram dentro das quatro linhas e tornaram campanhas de muitos países sedes em eternas polêmicas, seja por omissão e erro de arbitragens que passam desde anulação de gols, a validação inválidas de gols, expulsões, vista grossa em faltas,etc. Confira:
COPA DO MUNDO DE 1934
Nos anos 30 a popularidade do futebol na Europa já era grandiosa. A Copa do Mundo, realizada primeiramente no Uruguai em 1930, teria sua primeira Sede europeia em 1934. Vivendo sob o regime fascista liderada por Mussolini, a Itália viu o torneio como uma ótima forma de propaganda política, e mostrar sua superioridade perante os seus vizinhos com o possível título. A Seleção Italiana era uma das melhores da Europa na época, somando 17 vitórias, 6 empates e apenas 3 derrotas entre os anos de 1930 e 1933. Porém, a grande pedra no caminho seria a Áustria. Apelidada de “Wunderteam (O Time Maravilhoso), os austríacos tinham vencido ou empatado 28 dos 31 jogos até 1934, incluindo duas vitórias contra os italianos, e eram os grandes favoritos.
O Mundial contou com 16 equipes que se enfrentavam em um regulamento de mata-mata simples. A Itália não teve problemas no 1º jogo e eliminou os EUA com uma vitória por 7 a 1. Nas quartas de finais o adversário foi a Espanha, que contava com uma de suas melhores safras de jogadores, incluindo o lendário goleiro Zamora. A Espanha marcou primeiro, com Regueiro, ainda no primeiro tempo. Momentos depois o atacante italiano Schiavio deu uma cotovelada no goleiro adversário, que foi “ignorada pelo arbitro, e deixou o caminho livre para Ferrari empatar. O empate permaneceu e uma partida extra foi marcada para o dia seguinte. Com equipes modificadas, a Itália abriu o placar com Meazza, mas, depois disso, em mais uma arbitragem polêmica, a Espanha teve dois gols anulados, um impedimento mal marcado e um lance que o juiz que voltou atrás depois que a bola já estava nas redes.
Nas semifinais, o tão esperado confronto contra a Áustria. Uma chuva torrencial caiu em Milão, deixando o campo pesado e impedindo o jogo rápido do austríacos. Reza a lenda que o árbitro da partida, o sueco Ivan Eklind teve uma “pequena reunião com Mussolini na noite anterior ao jogo. Na partida, Guaita fez 1 a 0 Itália, mas em mais uma arbitragem polêmica (com um pênalti para a Áustria ignorado pelo juiz), os italianos chegaram na final.
Na decisão, apitada pelo próprio sueco Eklind, a Itália tomou um susto ao sofrer um gol da Thecoslováquia faltando 10 minutos para o final, mas Orsi empatou e levou o jogo para a prorrogação. Schiavio tratou de virar ainda no primeiro tempo da prorrogação e dar um título polêmico para a Itália, para a alegria de Mussolini.
COPA DO MUNDO DE 1966
O Futebol voltou a seu berço de origem em 1966. A Inglaterra recebia o maior evento do futebol e corria atrás do seu primeiro título Mundial. A Copa ficou marcada pela jogada de bastidores dos ingleses, que jogaram todas as suas partidas em Londres, enquanto o seus adversários ficavam em um vai-e-vem pelo país, principalmente na partida semifinal contra Portugal, quando a FIFA mudou a partida de Liverpool para Londres.
Depois de uma primeira fase sem sustos, a Inglaterra enfrentou a Argentina pelas quartas de finais. Os dois países viviam uma tensão política e militar que mais tarde eclodiria na Guerra das Malvinas e transformou a partida em uma verdadeira guerra. Durante o decorrer do jogo, o capitão argentino Ratin foi expulso da partida por uma forma questionável, e saiu de campo fazendo o gesto de roubo com as mãos, com a família real inglesa presente nas tribunas. Os ingleses venceram por 1 a 0, e logo depois venceram Portugal por 2 a 1 garantindo vaga na decisão.
Na final, o grande adversário foi a Alemanha. Os ingleses venciam o jogo por 2 a 1 até os acréscimos do segundo tempo, quando a Alemanha chegou ao empate e levou a decisão para a prorrogação. Nela, o atacante inglês Hurst acertou um chute de longe, que bateu no travessão e depois na linha abaixo do gol, mas o bandeirinha Gottfried Dienst correu para o meio e o arbitro da partida validou o gol inexistente dos ingleses, para desespero dos alemães. Aproveitando os espaços deixados pela Alemanha, a Inglaterra anotou mais um, venceu por 4 a 2 e levantou a Taça.
COPA DO MUNDO DE 1978
Sob uma ditadura violenta e sangrenta, a Argentina recebia a Copa do Mundo de 1978. O evento, além de fazer a velha política do “pão e circo com a população, também serviu para vender uma imagem diferente para o resto o mundo, já que entre tantas denuncias, a Argentina era acusada de violar os Direitos Humanos. O governo não poupou no financeiro e investiu pesado para realizar o Mundial. Os gastos resultaram em uma enorme crise financeira nos anos seguintes, já que nem o turismo trouxe lucro, já que o país recebeu apenas 7 mil turistas.
A Argentina passou da primeira fase no sufoco, tendo perdido para a Itália e conseguindo a classificação contra a França de virada. Na segunda fase, as 8 equipes classificadas se dividiram em 2 grupos com 4, a primeira colocada de cada grupo avançaria a final. Os argentinos teriam ao seu lado Polônia, Peru e o rival Brasil. Os “hermanos venceram a Polônia por 2 a 0 enquanto o Brasil venceu o Peru por 3 a 0. Na sequencia, os rivais se enfrentaram e empataram por 0 a 0 em jogo violento. A decisão pela vaga na final ficou para o dia 21 de junho, data da partida polêmica da Copa.
O Brasil entrou em campo primeiro naquele dia, e venceu a Polônia por 3 a 1. Devido ao saldo de gol, os anfitriões já sabiam que precisavam vencer os peruanos por no mínimo 4 gols de diferença para garantir uma vaga na decisão, tarefa complicada uma vez que o Peru se mostrava ser uma das boas Seleções daquela Copa. No primeiro tempo, os argentinos abriram 2 a 0, mas passaram sufoco uma vez que o adversário acertou a trave por duas vezes. Mas tudo mudou na segunda etapa. O futebol dos peruanos simplesmente desapareceu e os argentinos conseguiram muito mais que o “milagre dos 4 gols de diferença e venceram por 6 a 0! Muitas histórias afirmam que o General Videla desceu pessoalmente nos vestiários dos peruanos para lembrar os “laços históricos entre os países, e que o goleiro peruano que era um argentino naturalizado foi um dos muitos jogadores que aceitaram um “certo suborno para entregar a partida.
Fatos jamais comprovados mas que fizeram a Argentina classificar para a decisão e bater a Holanda por 3 a 1, com 2 gols nos acréscimos, e conquistar o seu primeiro título.
EXTRAS
Copa do Mundo de 1954 – Em partida válida pela primeira fase, os donos da casa, a Suíça, venceu a Itália por 2 a 1 arbitragem desastrosa do brasileiro Mario Vianna, que anulou um gol legitimo dos italianos e fez “vista grossa com o jogo desleal dos suíços.
Copa do Mundo de 1958 – Nas semifinais, a anfitriã Suécia enfrentou a Alemanha por uma vaga na decisão. Os alemães venciam por 1 a 0 quando Liedholm matou a bola com o braço e passou para Skoglund empatar. O árbitro, porém, não considerou o toque intencional. Aos 14min do segundo tempo, o sueco Hamrin deu um soco no alemão Juskowiak, que revidou com um chute. Brozzi não viu a primeira agressão e só expulsou Juskowiak. Com um homem a mais, o time da casa marcou mais dois e passou à decisão, onde seriam goleados pelo Brasil por 5 a 2.
Copa do Mundo de 1974 – Na Copa em que a Alemanha voltou a derrotar outra favorita ao título, a Holanda de Cruijff. A “Laranja Mecânica vencia por 1 a 0 e dominava o jogo quando o alemão Holzenbein se jogou deliberadamente na área e o árbitro inglês, John Taylor, acreditou. A Alemanha empatou e posteriormente passaria a frente no placar com Gerd Muller e conquistaria o título. O próprio Taylor reconheceu o erro mais tarde.
Copa do Mundo de 2002 – A Coreia do Sul foi uma das surpresas do Mundial, mas muito em devido aos erros de arbitragem. Nas oitavas, eliminaram a Itália com o gol marcado na morte súbita em posição duvidosa. Mas a maior “garfada foi contra a Espanha nas quartas de finais. Os espanhóis tiveram dois gols mal anulados (um no segundo tempo e outro no primeiro tempo do gol de ouro) e foram eliminados nos pênaltis. Os coreanos seriam eliminados nas semis pela Alemanha e derrotados pelos turcos na decisão do 3 lugar.
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